O mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.
–
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.
–
Este mosquito esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.
–
Oh!
Já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.
–
Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?
–
E ele está com muita fome.
–
–
Em: Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário